Amar demais...

Ao ler o post do NDV, http://nevoeirodeverao.blogspot.com/2009/12/10-anos.html , fiquei a pensar no assunto.
Se era capaz de amar assim???...tenho a certeza que não. Podem achar que sou egoista, que só penso em mim, etc, etc, etc...mas realmente gosto muito, mas muito de mim.
A única pessoa que eu amo, mais do que a mim própria ,é o JG. Por ele sou capaz de tudo, de tudo mesmo.
E vocês respondem: - Mas não foste capaz de te sacrificar, e continuar casada, para que ele tivesse uma familia unida.
E a minha resposta é que sim, fui capaz de me sacrificar, e durante um ano continuei casada, mesmo sabendo que os sentimentos já não eram os mesmos.
Enquanto acreditei que era o melhor para o JG, eu permaneci naquela casa, e tentei dialogar. Não conseguimos superar as diferenças.
Percebi que já não era saudável para o JG continuarmos todos juntos, no dia em que ele, com dois anos, se meteu entre nós dois, a pedir para pararmos de discutir.
Nesse dia nós só estávamos a conversar, mas para o JG, que já nos tinha visto a discutir, era o mesmo.
Foi o suficiente para tomar a decisão. Não queria que o meu filho vivesse com duas pessoas que não se falavam, ou quando se falavam, era para discutir.
Não queria que o meu filho achasse que isto era o normal numa familia.
Preferia que o meu filho vivesse com pais separados, mas felizes, e que continuavam a falar, e com o tempo, depois das feridas sararem, voltariam a ser amigos.
Não pensei duas vezes, comecei à procura de casa, e no espaço de um mês mudei-me.
Tenho a certeza que foi a decisão acertada. O meu filho é muito feliz, tem um pai e uma mãe que o adoram, que o pôem em primeiro lugar e que conseguem conviver civilizadamente (pelo menos a maior parte das vezes).

Em relação ao post do NDV, não me vejo a amar assim um homem. Não dessa maneira tão incondicional.
Penso que ao começarmos a ceder a tudo, ao deixarmos de argumentar, ao deixarmos de criticar, ao deixarmos de nos preocupar com a aparência, ao deixarmos de ter amigos, estamos a deixar de ser nós próprios.
Ou seja, deixamos de ser a pessoa por quem a outra parte se apaixonou.
A outra parte até pode estar toda contente, porque tem alguém que lhe faça a vontade, mas de certeza que já não ama essa pessoa, porque simplesmente essa pessoa já não existe, e mais cedo ou mais tarde, vai fartar-se desta situação.
E isto vira uma bola de neve.
Essa pessoa, como já não a ama, arranja mais pretextos para se zangarem. A outra parte como não quer discutir diz "sim senhora" a tudo, e assim sucessivamente.

Se queria ser amada assim???
Todas as mulheres querem que as façam sentir as mulheres mais amadas e desejadas do mundo, mas tudo em dose q.b.