Ele pegou-me na mão, olhou-me nos olhos e perguntou:
- É isso que tu queres?
Baixei os olhos e respondi:
- Isto não é acerca do que eu quero, é acerca do que tu queres.
Segurou-me o rosto, para olhar-me directamente nos olhos:
- O que eu quero depende do que tu queres.
- Mas eu não sei o que quero.
Largou-me o rosto e baixou os braços:
- Então isso já é uma resposta, não é?
Abanei a cabeça, corriam-me lágrimas:
- Parece uma resposta? Eu disse que não sabia o que queria, mas e tu? Sabes o que queres? Porque se souberes diz-me e começamos a partir daí. - sussurei - Sabes o que queres?-voltei a perguntar.
- Não- destroçado.
- Estás a ver? Então nenhum de nós sabe o que quer. Portanto quando conseguirmos perceber o que queremos, podemos voltar a tentar...
- O que nós queremos???- perguntou ele.
- Sim, o que nós queremos.- já soluçava.
- Então e o que nós não queremos? O que eu não quero, não conta?- a voz dele alterou-se e voltou a agarrar-me o rosto.
- E sabes o que não queres?- Não conseguia olhar directamente para ele.
Afastou-se, pegou no blusão, olhou para mim e respondeu:
- Sei, mas já não vale a pena. Tu já desististe...
Saiu e fechou a porta.
Eu deslizei até ao chão e fiquei ali, agarrada ao corpo a chorar...
(Não sei se lhe hei-de chamar pesadelo ou premonição, hihi)
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