Nessa noite foram a um bar que ela já conhecia.
O bar estava praticamente vazio, o que fez com que eles conseguissem conversar á vontade.
Ele contou-lhe como tinha sido a sua adolescencia. Como tinha sido um adolescente rebelde, e ao mesmo tempo timido com as raparigas.
Contou-lhe que o tempo das borbulhas no rosto não tinha sido fácil.
Que nessa altura ele ía ter com os amigos e com a namorada, de mota. Chegava ao café e nem tirava o capacete, porque tinha vergonha das borbulhas.
Ela estava fascinada, ele era lindo, era impossivel pensar, que também ele, tinha passado por aquela fase em que nos achamos o patinho feio.
Depois, ele contou-lhe como era a vida profissional. Falou-lhe do último emprego, do actual, e quais os planos para o futuro.
A noite estava a ser mesmo fantástica, mas ele no dia a seguir ir trabalhar, e já passavam das três da manhã e ainda tinha 80 quilómetros para fazer.
Sairam do bar e foram até ao parque de estacionamento.
Despediram-se com dois beijinhos no rosto.
Ela esperou que ele fosse á frente.
Ele estava a sair do parque de estacionamento, quando começou a travar.
Hesitou em seguir em frente, chegou à rotunda e voltou para o parque de estacionamento.
Ela seguiu-o.
Ele saiu do carro, chegou à janela do carro dela e perguntou:
- Posso dar-te um beijo?
Ela ficou surpreendida. Sorriu, e acenou com a cabeça.
Ele pegou no rosto dela, e lentamente aproximou-se.Sorriu.
Ela fechou os olhos e deixou-se ir.
Os lábios dele tocaram os dela. Uma, duas, várias vezes...
Ele deixou-a com um sorriso nos lábios. Piscou-lhe o olho e correu para o carro.
Ela, não sabia o que pensar, estava confusa.
Desta vez, ela ia à frente, mas na mesma rotunda, voltou para trás. Ele seguiu-a.
Saíram dos carros. Ela saiu primeiro e esperou por ele. Ele saiu a correr na direcção dela. Quando a viu, percebeu que algo se passava.
Ela não sorria e estava muito quieta.
-O que foi? O que se passa?
Os olhos dela encheram-se de lágrimas:
- Eu não posso...Sabes que existe o "R" (é certo que estava, novamente, a dar um tempo, mas não sabia o que fazer aos planos que tinha feito com ele) . Eu não te posso prometer nada...
-Mas eu não te estou a pedir nada.- ele estava confuso.
Ela continuava sem se mexer, com um ar duro, e com lágrimas a correrem-lhe pelo rosto.
Ele aproximou-se dela:
- Abraça-me...
Ela não se mexeu.
- Abraça-me, eu preciso de um abraço.- estendeu-lhe os braços.
Ela aconchegou-se nos braços dele, e abraçou-o com toda a força que tinha. Ficaram ali algum tempo, enquanto ele lhe sussurrava:
- Eu não te vou pedir nada que não me possas dar. Não precisas de me prometer nada.
Ele afastou-se o suficiente, e começou a limpar-lhe as lágrimas dos olhos.
Ela deixou.
Ele acabou de lhe limpar as lágrimas, e ficou a olhar para ela.
Agora estavam os dois, novamente, vidrados um no outro.
Os olhares de ternura e carinho, deram lugar a olhares de desejo.
E rapidamente, esqueceram o sitio onde estavam, e lançaram-se nos braços um do outro, trocando loucos beijos e caricias, aproveitando todos os segundos, como sendo únicos.
E ali ficaram, durante algum tempo, envolvidos naquele momento que era só deles, completamente alheios ao sitio, ao tempo, e às pessoas.
-Upss!!!! Aquilo é uma câmara de vigilância???? - e riram-se os dois.
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