Ciúmes

Quando me perguntaram se estava com ciumes, a minha primeira reacção foi rir à gargalhada. Não, não estava com ciumes. Não, por nunca ter sentido ciumes, mas não, porque a situação era ridicula, para sentir ciumes.
É certo, que já não me lembro da última vez que senti ciumes, pois já foi há muito, muito tempo. E agora que falo nisso, lembro-me que, por volta dos meus vinte aninhos, tive uma crise de ciúmes, que fez voar, a alta velocidade,uma lata de icetea, em direcção à cabeça do meu namorado. O que lhe valeu foi que a minha pontaria na altura já era tão boa como a que tenho hoje...
Sei que na maioria das vezes os ciúmes não passam de puro delirio nosso, embora, actualmente, também existam muitas vezes que têm fundamento.
A grande verdade é que todos queremos ser livres, leves e soltos e detestamos quando andam sempre em cima de nós. E quanto mais andam atrás, mais vontade sentimos de fugir deles.
Portanto, de nada valem as crises de ciúmes, e o melhor é desistir de procurar ‘provas’, telefones, ’sms’, cheiro na roupa, ou seja lá o que for; porque quando um homem ou uma mulher quer trair, ele/ela traí.
A questão é saber se queremos manter uma relação que nos deixa inseguros, e se queremos estar ao lado de quem desconfiamos.
Penso que uma pessoa que goste de si, que tenha auto-confiança, que seja madura, que não deixe de ter os seus amigos, e de viver a vida que fazia antes de ter o relacionamento, que mantenha sua independencia ‘psicologica’, tem menos probabilidades de sentir ciumes.
Por isso, no meu caso, posso até sentir ciúmes, mas dificilmente vão ter a certeza se sinto ou não, primeiro porque sou uma pessoa segura, confiante, que gosta muito de si, e depois porque quando não confio, não há hipóteses de chegar perto.